“É uma sensação muito boa pensar que estamos fazendo nossa parte para o meio ambiente. Cada muda plantada nos dá orgulho por ter chegado tão longe com nosso projeto”.

No dia internacional da árvore, dia 21 de setembro, as alunas do 2° ano do ensino médio do Colégio Estadual São José, do município da Lapa (PR), iniciaram o projeto ‘adote o Monge’. A iniciativa consiste no plantio de árvores no Parque Estadual do Monge, localizado na cidade da Lapa, a 73km de Curitiba. O objetivo é ajudar a natureza e incentivar a população a colaborar, ‘adotando’ uma árvore e cuidando do meio ambiente.
O projeto teve início no final do ano passado através de uma conversa entre as amigas Rayana Gonçalves e Luiza Nogueira sobre as queimadas na Amazônia que estavam ocorrendo na época. Foi quando tiveram uma ideia para ajudar a natureza. Chamaram as amigas Giovana Almeida e Luiza Gemin e decidiram “tentar fazer algo para mudar essa situação, começando pela cidade da Lapa, onde moramos”, comenta Rayana.
A ideia logo foi comentada com o diretor da escola na época, Silvio Almeida, que apoiou e aceitou o projeto desde o começo. O mesmo apoio foi dado ao projeto pelo diretor atual, Juciel Vilmar Jungles. Eles foram parceiros fundamentais no andamento da iniciativa, principalmente com as questões em que as meninas não podiam resolver, por serem menores de idade.

O ex-diretor Silvio conta que ficou muito entusiasmado com o projeto das meninas. “Foi de muita alegria, pois um projeto desse cunho, partindo da iniciativa dos alunos, foi muito bem vindo. Disse a eles que estava à disposição de ajudar”. Se uniram e apresentaram a iniciativa ao gerente do parque do Monge, que encaminhou para a chefia do setor e orientou como eles deveriam proceder.
O próximo passo foi encaminhar uma solicitação de mudas através do Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA), onde você pode fazer um pedido para conseguir mudas de árvore através da doação do Instituto Água e Terra (IAT), no estado do Paraná. O órgão que doa até 5000 mudas de árvores por ano, para qualquer pessoa que tenha um espaço para plantar.
A solicitação para eles terem o acesso ao parque, por conta da pandemia do coronavírus, dependeu da liberação da Vigilância Sanitária do município. E como é necessário um adulto para questões como essa, participantes da família embarcaram junto na iniciativa. O pai de uma das alunas foi o responsável por ir atrás dessas liberações da prefeitura.
Os participantes aguardaram a liberação do parque, que teve um pequeno atraso por conta de várias trocas dos coordenadores, e o projeto começou nas últimas semanas do mês de setembro. Em apenas três dias foram plantadas 500 mudas de árvores nativas e frutíferas doadas pelo IAT. Rayana conta que por terem conseguido alcançar a meta em um tempo menor do que o esperado, pretendem solicitar mais mudas de árvores. A meta agora até o fim do ano é plantar 1500 mudas de árvore no parque e, ano que vem, mais 1000. O plantio teve agilidade devido a ajuda que receberam de diversos voluntários como amigos, os diretores Silvio e Juciel, o professor de música, Luiz Nogueira, funcionários do IAT e do parque.
A ideia inicial do “adote o Monge” era a população ir plantar com eles essas mudas no Parque do Monge e adotassem as árvores. No entanto, devido à pandemia, o projeto foi adaptado e resolveram plantar eles mesmos. Depois que o parque reabrir, a ideia é a população ir até lá e escolher qual árvore que vai querer adotar, para cuidar, fiscalizar, regar, ver o reflorestamento acontecendo e poder ter o orgulho de falar que ajudou aquela árvore a crescer, contribuindo para o meio ambiente.

As meninas comentam sobre a sua experiência. “É uma sensação muito boa pensar que estamos fazendo nossa parte para o meio ambiente. Cada muda plantada nos dá orgulho por ter chegado tão longe com nosso projeto”. E refletem o quanto as queimadas da Amazônia a deixam tristes, no entanto, é um incentivo para continuarem com o projeto e também conscientizar a população sobre a importância das árvores. “Que isso sirva de motivação para a população ajudar a cuidar do meio ambiente, porque iniciativa tivemos, mas precisamos de colaboração de todos”, concluem as meninas afirmando que pretendem ampliar a iniciativa ainda mais.
O ex-diretor Silvio relembra um momento importante em sua vida, quando criança no dia da árvore na sua escola, ele e sua turma plantaram uma muda de Pau Brasil. E conta que quer inclusive, futuramente, ir na cidade em que estudava. “Eu gostaria muito de ir até a escola e ver aonde é que está essa muda”.
Para concluir, Silvio reflete sobre o fato de muitas coisas não serem feitas para esse momento, mas sim para um futuro. Conta que tem filhos e analisa que essas crianças e adolescentes vão fazer a diferença no mundo. “A consciência ambiental que nós estamos desenvolvendo nesses jovens é muito gratificante. O projeto em si faz a gente crescer não só como profissional, mas como ser humano também”.