Novembro Azul: A importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais prevalente entre homens em Santa Catarina, estando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em 2020, 1720 indivíduos foram afetados pela doença no estado, totalizando mais de 39 casos para cada 100 mil habitantes. 

Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que afirma que, mais do que qualquer outro, o tumor na próstata é considerado um câncer de terceira idade, atingindo principalmente idosos a partir dos 65 anos. 

De acordo com o especialista em uro-oncologia, Ricardo Kupka, os exames de rastreamento, para a identificação precoce de tumores, costumam ser indicados aos pacientes partir dos 50 anos de idade, exceto quando o homem possui histórico familiar da doença, que a faixa-etária de acompanhamento reduz e é recomendado atenção maior a partir dos 40 anos.

Assintomático, como define o especialista, esse câncer pode demorar a apresentar sintomas que levem o paciente a desconfiar da presença de um tumor na glândula. “Se a gente tiver que esperar essa doença se manifestar através de sintomas, a gente já perdeu o tempo ideal para o tratamento dela”, ressalta.

De acordo com informações do site do Ministério da Educação, o diagnóstico precoce possibilita 90% de chance de cura, dessa forma, o acompanhamento médico e a realização de exames tornam-se peças chave para a manutenção da saúde masculina. 

Campanha Novembro Azul

Devido a necessidade de reduzir os números alarmantes e de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, setores da saúde, públicos e privados, promovem a campanha novembro azul, com ações direcionadas à saúde do homem.

Marli Fátima dos Passos, enfermeira no Hospital Regional de São José, destaca a importância de realizar palestras sobre o tema e incentivar os homens a se consultarem regularmente. “É essencial pois mobiliza a comunidade. Percebo que atualmente as pessoas estão mais sensibilizadas com o tema e possuem maior conhecimento sobre o câncer e as formas de buscar ajuda”, comenta.

O monitoramento da situação pode ser feito através de análise anual com ultrassonografia  por cima do abdômen, coleta de sangue e exame de toque, que segundo o urologista Ricardo, “dura cerca de cinco a dez segundos, é completamente indolor e minimamente desconfortável”.

Apesar das ações de prevenção acontecerem dentro dos centros de saúde, a enfermeira Marli, que atua na rede pública, afirma que se nota uma dificuldade na realização do rastreamento do câncer. “Percebe-se um aumento gradativo na procura de consultas por parte dos homens e isso pode ter ligação com ampla divulgação através da mídia e da Secretaria da Saúde, mas também é possível enxergar dificuldades no encaminhamento para exames devido à alta demanda”.

A profissional comenta que os homens costumam procurar atendimento em uma unidade de saúde e solicitar exames específicos de próstata e hormonal, o que, segundo ela, tem ajudado consideravelmente no fechamento de diagnósticos.

Apesar do costume de associar campanhas à prevenção, o urologista Ricardo Kupka afirma que não há nada que possa prevenir o câncer além de hábitos saudáveis, e que por isso se trabalha com o diagnóstico precoce.

Como prosseguir após o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de próstata é pautado em biópsia, um procedimento que é solicitado ao paciente através da identificação de alteração nos exames de rotina.

O urologista ressalta que o principal indutor da biópsia é alteração no exame de sangue, o PSA, e que uma ressonância pode fortalecer a indicação e mostrar onde a área suspeita se localiza.

Assim como em outros cânceres, o tratamento do câncer de próstata depende da necessidade de cada paciente e do estágio em que a doença se encontra. 

Segundo Ricardo Kupka, a cirurgia costuma ser o procedimento mais indicado por critérios que incluem uma taxa melhor de controle oncológico. “Há um leque muito grande para tratamento do câncer de próstata, que a gente individualiza para determinado paciente, anatomia, volume da glândula e tipo de tumor, então juntamos essas peças e com a participação do paciente, decidimos qual o melhor tratamento para ele. Hoje, com métodos também estabelecidos é possível atingir resultados oncológicos muito bons, muitas vezes o paciente volta a urinar bem, tem um impacto pequeno na taxa de ereção e função sexual e um excelente controle oncológico”, conclui.

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s