Polarização Política nas Eleições Presidenciais

A eleição de 2022 é a mais polarizada desde a redemocratização

Por: Andrew e Guilherme

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) realizou uma pesquisa no dia 24 de setembro que apresentou o ex-presidente Lula e o atual Jair Bolsonaro com quase 80% das intenções de votos somados, representando a atual polarização política no Brasil que cresce cada vez mais a cada eleição.

A primeira pesquisa do Ipespe, feita em 27 de maio de 2022, aponta o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 45% das intenções de voto, seguido pelo presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que aparece com 35%.

Na sequência aparece Ciro Gomes (PDT), com 6% e a senadora Simone Tebet (MDB), com 4%. Votos brancos e nulos somaram 5%, tendo os outros candidatos citados mas não chegando a 0,5%, enquanto os indecisos marcaram 2%.

(Foto: Band – Bolsonaro e Lula no debate realizado pela Band domingo, 16/10)

Pesquisa dos acadêmicos:

Pesquisa realizada pelos acadêmicos de jornalismo, Andrew C. Couto e Guilherme H. Souza no período de 23 a 30 de setembro. Sendo ela um questionário com perguntas sobre as eleições presidenciais, o que é polarização, como o público acha que ela acontece, como combatê-la, se reconhece o que estamos passando, como amenizá-la e etc. O público alvo (50 pessoas) em questão foram as pessoas de seus ciclos sociais, entre elas, amigos, parentes, colegas de trabalho e faculdade. Os principais objetivos de tal pesquisa são: observar se houve polarização entre os principais candidatos, o que promove e como amenizar. 

 (Pesquisa realizada pelo grupo do trabalho (Guilherme e Andrew) no forms em seus ciclos sociais).

Através da imagem acima, podemos observar que se trata de um gráfico com todos os candidatos à presidência do Brasil. Acerca disso, é notório que houve polarização entre Bolsonaro (34%) e Lula (40%).

O contexto da política na era das Diretas Já:

De acordo com o site InfoEscola,  com o retorno ao pluripartidarismo, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foram extintos em 20 de dezembro de 1979 dando lugar a novos partidos políticos. O MDB virou Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e a ARENA virou o Partido Democrático Social (PDS). Foram também criados o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Popular (PP) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Este último, para a surpresa dos militares, operou em sentido contrário ao desejado, pois fortaleceu a esquerda e mobilizou a classe trabalhadora em torno da redemocratização. Foi um dos precursores da campanha pelas Diretas Já (Março de 1983 – Abril de 1984), levou seu líder, Luiz Inácio Lula da Silva a dois mandatos presidenciais consecutivos (2003 até 2006, e de 2007 até 2011), tornando-se o primeiro operário a chegar ao posto de Presidente da República na História do Brasil.

Por mais que as Diretas Já tenham mobilizado milhões de pessoas em manifestações memoráveis em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a Emenda Dante de Oliveira foi derrotada no Congresso Nacional e as eleições diretas só ocorreram em 1989. O primeiro presidente civil foi eleito, portanto, de forma indireta, sendo este Tancredo Neves (PMDB) que, devido a problemas de saúde que o levaram a óbito, deixou o cargo de primeiro presidente da Nova República para seu vice, José Sarney (FL).

(Foto: Brasil Escola – Manifestantes pró voto direto)

O que o “antipetismo” tem a ver com a polarização?

Segundo o portal Politize, com toda a descrença que uma parte da população ficou após os escândalos de corrupção dos anos 2002 até 2016, iniciou-se um forte movimento “antipetista”. Nunca se viu um país tão dividido como nas eleições presidenciais de 2018. E em suma, o “antipetismo” deu lugar a uma das maiores polarizações já vista no Brasil, de um lado os que votam no PT e de outro os que não votam de forma alguma, dando espaço para novos atores e correntes políticos surgirem.

(Foto: Instituto Humanitas Unisinos – Manifestantes anti pt)

A era da polarização brasileira nas eleições presidenciais:

Conforme escrito na revista Politize, as eleições presidenciais no Brasil entre 1989 a 2006 foram marcadas pelas vitórias de um único partido, ou de uma apertada diferença entre três ou quatro grupos políticos. A partir de 2010, na “troca de bastão” dos candidatos do PT, foi notada uma pequena queda no percentual eleitoral, já demonstrando o desgaste causado pelas denúncias do Mensalão em 2005, a finalização dos processos nos anos seguintes e a prisão de muitos atores políticos da cúpula petistas.

Observa-se que, com o início do “antipetismo” combinada com a ascensão da direita do Brasil, a vantagem construída na era Lula começa a cair aos poucos, culminando nas eleições de 2018 com a derrota do Fernando Haddad do PT contra o Presidente Jair Bolsonaro, na época filial do PSL, que apresentava diversas questões contrárias para ser o presidente eleito daquele ano.

(Foto: BBC – Apoiadores do Lula e apoiadores do Bolsonaro)

A ascensão da era Bolsonaro:

Através da matéria do Politize podemos afirmar que, vestido do “antipetismo”, desde quando era deputado federal (1991-2019), Jair Messias Bolsonaro (atual Presidente), viu com os escândalos de corrupção, a crise econômica no Brasil na era Dilma, os movimentos de rua contra o governo Petista, o crescimento do movimento conservador e o desejo de uma economia mais liberal, além do impeachment da presidente petista em 2016, uma grande oportunidade para acabar com a hegemonia do partido dos trabalhadores.

(Foto: G1 – Bolsonaro após ser eleito)

Polarização nos Debates:

Candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet disse que o debate da TV Globo, feito na noite de quinta (30 de setembro) para sexta-feira (1º de outubro) mostrou um “acirramento” da polarização da disputa.

Segundo o último levantamento do instituto Datafolha em 30/09/2022, Tebet estava em quarto lugar nas intenções de voto, com 5% dos votos válidos – quando são excluídos brancos e nulos. À frente da senadora sul-mato-grossense está Ciro Gomes (PDT), que tem 6% dos votos válidos. Na dianteira da disputa estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula (PT) com 50% e o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que tem 36% dos votos válidos.

“É um debate que, lamentavelmente, nós vimos o acirramento, a polarização, brigas, ódios, mentiras sendo feitas aqui em rede nacional. Mas nós esperamos, pelo menos, ter contribuído de alguma forma, apresentando soluções reais para os problemas reais do Brasil”, disse Tebet em entrevista à Globo, após o segundo turno.

(Foto: Uol Notícias – Jair Bolsonaro, Padre Kelmon, Luiz d’Avila, Soraya Thronicke, Luiz Inácio Lula da Silva, Simone Tebet e Ciro Gomes reunidos em foto)

Polarização no 7 de setembro:

O cientista político Rafael Cortez avaliou, em entrevista à CNN naquela quarta-feira (7 de setembro), o cenário eleitoral a 24 dias do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022.

“Do ponto de vista da candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a estratégia é clara: reforçar a polarização, desgastar a esquerda e fazer com que a rejeição ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitem o movimento de voto útil no candidato.” ressalta Rafael.

Por outro lado, Cortez destacou que a campanha deve manter a estratégia de desgastar o governo. “O problema é que isso parece não dar mais votos para Lula, que está fundamentalmente estável nas pesquisas há um bom tempo”, completou.

“A tendência é termos segundo turno. Historicamente, é assim que as eleições presidenciais têm se encerrado”, afirmou Cortez.

O especialista ainda ressaltou que as “pequenas variações” observadas nas pesquisas eleitorais se devem à força de mobilização de Lula e Bolsonaro.

(Foto: BBC – Bolsonaro no último 7 de setembro)

Como a polarização pode ser prejudicial à democracia?

A polarização basicamente gira em torno de dois eixos opositores, como aconteceu na guerra fria, e olhando de modo superficial, sempre que existir grupos de pessoas, toda a diversidade de pensamentos e ideias.

De acordo com o site Politize, no quesito eleitoral, muitas vezes se acaba escolhendo um candidato não pelo que ele apresenta como projeto, promessas etc, mas sim pelo o que a oposição já fez ou ainda faz. Tudo isso compromete demais a troca de ideias e mudança de pensamentos, o fanatismo acaba por cegar a visão política da população, ignorando por vezes os “erros” dos governos apenas para provar seu ponto. A democracia é um governo para todos e a polarização afeta e muito o País de modo geral.

(Pesquisa realizada por Andrew e Guilherme)

Diante da foto acima, podemos analisar que se trata de um gráfico com fatores que promovem a polarização. Nesse caso, nota-se que as bolhas políticas são as que mais promovem a polarização para o público da pesquisa.

A polarização seria uma expressão da necessidade do povo?

Ravele Felix , estudante de Relações Internacionais, explica no site Politize que, a atual polarização surgiu do descontentamento da população em relação à corrupção e má gestão das verbas públicas, das condições ruins de moradia, segurança, educação, saúde, emprego, além da sensação de impunidade. Também explica que, na medida em que a situação do país se agrava, o Estado não consegue corresponder à altura com aquilo que ele foi “contratado” para fazer e o Judiciário demonstra falhas e brechas que ajudam o crescimento da impunidade, a tendência popular é suscitar um “salvador”.

É o início de dois eixos extremos e da polarização, que pode se reiniciar com a perda de força de um dos eixos e o surgimento de uma nova oposição ao partido vencedor, mas também pode ocorrer o fim desse fenômeno.

Existem duas possibilidades para o fim da polarização: ou ela perde força com o surgimento de novos atores políticos em destaque, ou ela dá o poder hegemônico para um dos lados. E em todos os casos o poder está nas mãos do eleitor.

(Pesquisa realizada por Andrew e Guilherme)

De acordo com a foto acima, podemos verificar que se trata de um gráfico com aspectos que amenizam a polarização. Sendo assim, verifica-se que os debates civilizados são mais propícios a amenizar a polarização.

Urnas confirmam polarização, e Lula e Bolsonaro vão decidir a Presidência no 2º turno.

A corrida eleitoral mais curta desde 1994 estimulou candidatos a adotarem estratégias agressivas na disputa ao Planalto. A Campanha foi marcada por ataques mútuos e busca pelo voto dos indecisos.

O resultado da eleição para presidente da República em 2 de outubro, divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirmou a polarização da campanha. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão definir a disputa no segundo turno. O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 21h25, quando 96,93% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela altura, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro, 43,7% dos válidos.

(Foto: Montagem – Lula e Bolsonaro)

Debate na Band – Confronto direto entre Lula e Bolsonaro:

Na noite do último domingo (16), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontraram pela primeira vez desde o confronto nas urnas que apontou uma forte polarização entre os dois já no primeiro turno das eleições presidenciais. Os candidatos participaram do debate promovido por pool formado pelo portal UOL, o grupo Bandeirantes, a Folha de S.Paulo e a TV Cultura, com apoio do Google e YouTube.

Os presidenciáveis travaram um embate que encerrou a primeira metade das campanhas de um segundo turno, até aqui, marcado por trocas de acusações, informações falsas e busca por apoios políticos ao redor do país. Enquanto isso, propostas para o próximo mandato são relegadas ao segundo plano.

O primeiro encontro do segundo turno ocorre após eleição marcada pela polarização já na primeira etapa, com Lula somando 48,43% dos votos e Bolsonaro, 43,20%. As pesquisas eleitorais apontam que o resultado das urnas no dia 30 seguirá a tendência de uma disputa acirrada. 

                                               (Foto: Montagem – Lula VS Bolsonaro)

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