Candidato do Patriota aposta em seu conhecimento em gestão pública para vencer a eleição à prefeitura
Jean Henrique Dias Carneiro, de 49 anos, é advogado, formado em gestão pública, qualificado em orçamento público, projetos estratégicos e captação de recursos. Jean Negão, como é conhecido, é natural do Paraná e veio para a Palhoça há 30 anos buscar oportunidades de ter uma vida mais justa e de construir uma família.
Por aqui, terminou o ensino médio, se tornou advogado em 2010 e se formou em gestão pública em 2019. Disputou as eleições municipais de 2016, se tornando o quinto vereador mais votado de Palhoça. Segundo ele, o interesse pela política surgiu ao acompanhar os problemas da cidade e acreditar que com seus conhecimentos poderia ajudar a representar os interesses da sociedade.
O Jornal Laboratório Fato&Versão está publicando uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Palhoça, publicando uma conversa por dia com cada candidato desde o dia 27. As entrevistas estão sendo publicadas em ordem alfabética com as respostas produzidas pelos candidatos ou suas assessorias.
F&V A mobilidade urbana é um problema no nosso município. Como você enxerga isso e quais as possíveis soluções?
Jean Negão – Palhoça tem um crescimento demográfico muito expressivo. Nos últimos 30 anos quase triplicou a sua população. É natural que com o crescimento demográfico e o desenvolvimento da construção civil, seja necessário que o município acompanhe esse crescimento fazendo investimentos. Nossas edificações são de cultura açoriana, ou seja, construções feitas sobre a via pública, sem calçadas, então os bairros mais antigos de Palhoça sofrem com isto. Outro grande problema é a ausência de construções de vias que liguem os bairros, já que atualmente esse trânsito é todo canalizado em torno da BR-101. Então, o município precisa criar ligações entre os bairros e elevados para facilitar o cruzamento pela cidade, isso tudo no que se refere à mobilidade de veículos. Falando sobre a mobilidade de pedestres, que devem ser a prioridade, precisamos conscientizar os proprietários a adequar suas calçadas ao que determina a legislação. Através de um incentivo fiscal podemos melhorar essa questão das calçadas. O município também precisa criar e melhorar as ciclovias, interligando elas para que não sejam todas separadas como atualmente.
F&V – Sobre educação, qual sua visão sobre a atual situação em Palhoça?
Jean Negão – O artigo 205 da Constituição fala sobre o dever do Estado de promover a educação dos seus cidadãos. Você não vai conseguir chegar a lugar nenhum sem educação. Ela é a única oportunidade que você terá de se tornar um cidadão digno, capaz e independente. O Estado tem a obrigação de investir na formação das pessoas. O município tem obrigação de criar creches em período integral, primeiro para permitir que as famílias dessas crianças possam trabalhar. Segundo, pois essas crianças precisam do suporte nessa fase de desenvolvimento intelectual e social para que elas tenham uma formação e um crescimento de qualidade. Melhorando sua capacidade de investir, otimizando os gastos e gastando apenas aquilo que é justo, não fazendo o que estão fazendo hoje, com obras superfaturadas e obras desnecessárias. Então precisamos investir em ensino infantil e ensino fundamental para prepararmos bem nossos alunos para o ensino médio. Reduzindo de 363 cargos comissionados que não possuem na sua maioria qualificação para trabalhar, para 120, que ele teria uma economia média de quase 400 mil reais mês. Suficiente para melhorar a estrutura, promover a inclusão digital nas escolas, promover a execução de projetos sociais. Então na nossa proposta educação infantil é em regime integral, pois temos mais de 6 mil crianças fora das creches.
F&V – Palhoça é um dos municípios mais violentos de SC. Como podemos lutar contra esse triste colocação?
Jean Negão – Todo crescimento tem seus efeitos e consequências. É natural que pessoas de baixo poder aquisitivo e baixo intelecto passem a vir a morar em uma cidade, tragam consigo alguns problemas da região onde viviam. O crescimento desordenado também pode aumentar o risco de pessoas desocupadas, sem grau de escolaridade e passando necessidade, e isso tem como uma consequência a oportunidade do mundo do crime. Basta você ter uma oportunidade fácil e uma cabeça fraca. Então o município precisa ter uma boa estrutura de educação, social e uma boa segurança pública. Através de monitoramento, programas sociais, polícia no bairro. Onde o Estado não estiver presente, o poder paralelo cresce (tráfico, milícias). A melhora do sistema de monitoramento aumenta o alcance do Estado na cidade.
F&V – O transporte público de Palhoça é constante alvo de críticas. Como melhorar esse sistema tão usado pelos moradores do município?
Jean Negão -A Jotur tem mais de 40 anos de atuação e mais de 700 famílias de Palhoça dependem dela para sobreviver. Fechar as portas da Jotur hoje é uma irresponsabilidade do gestor público. O que precisa ser feito é entregar de forma satisfatória o serviço de transporte para população. Se houver oportunidade de manter com a Jotur, ótimo, iremos preservar empregos. Outra ideia é melhorar o transporte de massa através de aplicativos, pagando a passagem antes mesmo de ingressar no ônibus, sem a necessidade de um cobrador e facilitando o serviço. Se vai ser a Jotur ou não isso não vem ao caso, mas é prioridade ampliar o serviço de transporte coletivo, melhorando os ônibus, o acesso e tudo o que envolve esse serviço.