O projeto é composto por 27 municípios e atende aproximadamente 120 famílias no estado. O principal o objetivo é desenvolver o agroturismo ecológico e promover a manutenção da Agricultura Familiar.
Cultivo de hortaliças e morangos sem agrotóxicos, criação de animais em pequena escala, estrutura de lazer com cabana, casa na árvore, espaço para futebol e outras brincadeiras. Assim é o sítio Heiber, uma das propriedades do projeto Acolhida na Colônia, que fica na cidade de Rio do Sul, a 190 km de Florianópolis. Quem cuida de tudo isso são os quatro membros da família Heiber: Neusa, seu esposo Orlando e os filhos, Sabrine e Ismael. Em 2014, a família Heiber foi convidada para participar do projeto Acolhida na Colônia. Esse projeto começou em 1999 e tem como objetivo desenvolver o agroturismo ecológico e promover a manutenção da agricultura familiar. O agroturismo passou a integrar as atividades da propriedade agrícola e a ser uma renda extra, permitindo que os agricultores continuem no campo.
O Acolhida na Colônia é uma ferramenta para acompanhar os meios de produção e o turismo sustentável que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais. Cada propriedade realiza uma produção primária de verduras, legumes e frutas e também itens artesanais, como geleias, doces, mel, melado, açúcar mascavo, cachaça, desidratados e atomatados. Além disso, é possível se hospedar, realizar refeições, trilhas, caminhadas, camping, interação com os animais e com atividades agrícolas, como colheita, plantio, poda, capina, adubação e outras atividades na casa dessas famílias. Atualmente, o Acolhida na Colônia atua em 27 municípios de Santa Catarina e atende aproximadamente 120 famílias.

A agricultora Neusa Heiber conta que é uma experiência muito interessante, pois são mais de 100 famílias envolvidas, com formas diferentes de trabalho. Assim, o projeto proporciona uma troca de experiências. Ela explica que eles são divididos em cinco associações, que funcionam independentes. Essas associações são ligadas a uma federação, que as orienta em ações de agroturismo.
O diferencial do Sitio Heiber é a produção de morangos orgânicos. Neusa conta que esse ano a produção atrasou quase 30 dias. “Começou de forma lenta e agora vem aumentando e produzindo frutos muito bonitos”, disse ela. Essa situação ocorreu por alguns problemas com doenças e podridões nos morangos. Isso ocorre pela variação da temperatura e umidade do ar em algumas manhãs. Porém, os morangos estão tendo boa procura, mas não conseguiram atender a todos que desejam comprar.

O foco da propriedade dos Heiber é o turismo pedagógico, que funciona com a recepção de crianças na idade escolar junto com os professores. No primeiro momento, se conta a história da propriedade, através de uma pequena coleção de peças antigas e suas utilidades, como serrote, panela de ferro, bule de café, ferros de passar roupa e chaleira de ferro, balança antiga, batedor de manteiga, cepilho, plantadeira manual, canga de boi, descascador de arroz, esmerilho, máquina de debulhar milho, máquina de moer milho.
A visita segue para a horta. As crianças conhecem as plantações e desenvolvem uma atividade prática ou não, e isso fica à critério do professor, dependendo do assunto tratado em sala de aula. Depois conhecem os pequenos animais e se deslocam para a área de lazer, onde acontecem as brincadeiras, como carrinho de morro, futebol, balanços, casinha na árvore, slackline e escorregar com papelão pelo morro. Dependendo do grupo e do professor, alguns fazem uma caminhada pela trilha, que dura uma hora ou mais. Os alunos aprendem mais sobre desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza. Apesar do foco ser o turismo pedagógico, eles também recebem grupos para visitas técnicas, grupos de amigos, aniversários, encerramentos de grupos de faculdades e empresas. Eles têm o SESI como grande parceiro na realização de gincanas.



Devido à pandemia, esse ano ficaram fechados até o início de agosto. Agora, eles recebem pequenos grupos. No momento, por questões de segurança, só atendem essas pessoas sem o excesso de público. “No momento não estamos servindo refeições. Para passar uma tarde no sítio custa R$ 10,00 por pessoa e os atendimentos são agendados por meio de Whatsapp – (47) 98801-8549 , Facebook e Instagram (@sitioheiber) “.
Acolhida na Colônia pelo estado
Outras regiões de Santa Catarina também fazem parte do projeto Acolhida na Colônia. Fazem parte da iniciativa rotas do cicloturismo, ou seja, grupos de ciclista que procuram lugares para pedalar em conjunto. As rotas de cicloturismo do estado são a Rio do Ouro, Rio da Prata, Integração (via Rio do Sul), Integração (via Santa Catarina), Cachoeira May, Rio Bravo Alto, Conexão (Santa Rosa de Lima x São Bonifácio x Anitápolis x Santa Rosa de Lima), Integração Santa Rosa de Lima para Urubici.

O Sertão do Ribeirão, em Florianópolis, na propriedade Sítio e Café Hortêncio, que faz parte do Acolhida, recebe alguns ciclistas que passam pela região. O programa chegou na comunidade há três anos em conjunto com os projetos Saracura e SOS Mata Atlântica. A visitação no sítio começou esse ano. Falta ainda o projeto no Sítio e Café Hortêncio ter o reconhecimento final da prefeitura, que precisa autorizar o lugar porque ele faz parte de uma unidade de conservação. Karlota Scotti, cofundadora do Sítio e café Hortêncio, conta que participar do projeto é muito bom para comunidade. Porém, nem todas as famílias tiveram interesse em colaborar. Apesar disso, ela acredita que, no futuro, com um maior fluxo de atividades acontecendo e o lançamento em conjunto com a prefeitura, muitas outras famílias da região irão entrar no programa.


O Sítio e café Hortêncio tem como responsáveis Karlota Scotti e seus pais. Ela e o pai fazem todas as questões de estruturação e a mãe fica responsável pela alimentação. Quando necessário, são contratadas pessoas para ajudar na cozinha e na manutenção. Eles trabalham com o almoço e café caipira. Ao meio dia, os pratos principais são galinha ensopada, feijoada, carne assada com os complementos. Já no café, há 15 variedades de alimentos, sendo típico da comunidade o bijajica, que é um bolo feito da massa de mandioca, cuscuz, beiju, bolo de milho, broa e rosca de de polvilho. As refeições devem ser agendadas com 15 dias de antecedência. Pois, o que não é produzido pela propriedade é comprado da lista de produtores do projeto Acolhida na Colônia. Eles compram os produtos faltantes que chegam a cada quinzena em Florianópolis.
Ao visitar o sítio e café Hortêncio é possível realizar trilhas. A trilha principal é o Caminho do Sertão do Peri, que vai até a Lagoa do Peri. Na estrada do Francisco Thomas dos Santos dá para realizar uma bela caminhada, onde você pode visitar os engenhos de alambique e de farinha. Além disso, a propriedade tem uma trilha particular, a Trilha da Colina. O condutor dessa trilha será um dos responsáveis pela propriedade.
Esse ano iria começar o turismo pedagógico na comunidade, mas por causa da Covid-19 foi cancelado. No futuro, os estudantes poderão visitar a propriedade. O roteiro inclui 4 horas de atividades, entre elas a hora da ordenha, a oficina de queijos, a vista da horta e plantio de mudas. E também será possível visitar o mirante natural da Lagoa do Peri e ouvir as histórias da comunidade. Em razão da pandemia, eles ficaram fechados por seis meses. Voltaram a atender há um mês só com a hospedagem, ou grupo de famílias para refeição, com todas as medidas de segurança sendo cumpridas. A visita pode ser agendada pelo Whatsapp – (48) 999285319 e pelo Instagram @sitiohortencio. Todas as reservas devem ser feitas antecipadamente para as refeições e o chalé.


Foto destaque: Enviada por Acolhida na Colônia