Zozibini Tunzi, a primeira negra a conquistar o Miss Universo desde 2011

Na noite do último domingo (8), Zozibini Tunzi, emocionou o público ao conquistar o título de Miss Universo 2019. A candidata da África do Sul, de 26 anos, foi a primeira mulher negra a vencer o concurso desde 2011, quando Leila Lopes, de Angola, levou a coroa.

Durante a cerimônia, Zozibini falou sobre a importância de receber o título para ela e para as demais negras do mundo.

– Cresci em um mundo em que uma mulher com a minha pele, a minha aparência e o meu cabelo não era considerada bonita. Isso acaba hoje. Quero que as crianças enxerguem o reflexo dos seus rostos no meu –, refletiu. 

Ruth Sampaio, 21 anos, se sentiu representada pela vitória. “Eu me senti muito feliz, primeiro pela representatividade de finalmente uma mulher negra ser considerada bonita tanto quanto uma mulher branca que geralmente é mais fácil de ser destacada nesses concursos de miss e etc. Eu fico feliz e representada porque aos poucos a mulher negra vem tomando um espaço que é dela, um espaço que está sendo cada vez mais aceito. A mulher negra está nos concursos de beleza, no principal noticiário de tv do brasil, nos filmes, e isso tem uma carga gigante para nós porque eu pelo menos cresci vendo e sabendo que para ser bonita teria que ter traços de branca, cabelo de branca, me vestir o mais bem e arrumada possível para não parecer negra, porque é sinônimo de feio, bagunçado, sujo, então eu sinto que cada vez estamos caminhando pra frente e tendo resultados positivos no sentido de sermos aceitas, representadas, empoderadas”, declarou.

As africanas na história

Durante muitos anos, as mulheres africanas foram estereótipos de sexualização e a sua classificação era de acordo com o tom da cor da pele, conforme se aproximavam do branqueamento, ocuparam um lugar de destaque na literatura oitocentista.

As mulheres negras africanas foram sujeitos históricos participativos, que conseguiram muitas vitórias no meio em que estavam inseridas, reivindicaram, apesar de todas as adversidades, sua condição humana e seus direitos, como mulheres e trabalhadoras.

Hoje em dia, apesar de muitas conquistas, elas ainda lutam diariamente por seus direitos. Por esse motivo, a vitória de Zozibini é uma vitória de todas elas.

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