Energia renovável vem conquistando espaço no mercado

Muito mais limpa, precisa de investimento à longo prazo e mais incentivos financeiros para se impor definitivamente.

Foto: revista mineração

A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o ano de 2012 como o ano internacional da energia sustentável para todos. No mesmo ano aconteceu a Rio+20, a Conferência das ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, marcando os 20 anos da Rio 92. Estamos em 2019 e pode não parecer que tenha mudado muita coisa, quando o assunto é produção de energia limpa, porém o setor de energia sustentável cresce em média 20% ao ano no país. Esse percentual é puxado por um crescimento de 300% da energia solar só em 2016. Embora a energia eólica apenas por 5,4% de toda a energia produzido no país, com incentivos fiscais as pessoas começaram a se mobilizar e a investir na área.

 A Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) criou em 2012 a RN482/12 que é a regulamentação do mercado de sistemas de energia sustentável conectado na rede elétrica tradicional. Ou seja, se você colocar uma placa solar em sua casa, todo esse sistema será conectado. Ao produzir sua própria energia, o excedente vira crédito para ser utilizado em um dia que seu sistema produzir pouca energia. Isso sem dúvidas, foi até agora o maior e mais importante incentivo ao uso.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, no balanço energético de 2017 tendo como ano base 2016, 41,5% da produção de energia elétrica brasileira teve como origem as fontes renováveis. Porém grande parte da energia veio da produção hidráulica, que correspondeu a 68,1% do resultado, enquanto biomassa 8,2%, eólica 5,4% e solar 0,1%. A dependência hidrelétrica causa problemas em períodos de seca, que poderiam ser compensados com maiores investimentos em outras fontes de energia renováveis. A energia solar por exemplo, se fosse utilizada por todo o país de maneira correta seria o suficiente para gerar até 10 vezes a energia que todos nós consumimos.

Os preços ainda dependem da cotação do dólar porque as células fotovoltaicas ainda são produzidas fora do Brasil, embora algumas indústrias nacionais já produzam placas solares aqui. O custo de instalação para uma casa que tem um consumo médio mensal de 500kWp varia de R$7 mil a R$15 mil, sendo possível gerar 150kWp a cada metro quadrado instalado. O prazo de retorno gira em torno de 10 anos, metade do tempo da garantia das placas.

Roberta Diener, proprietária de uma escola em Florianópolis, fez investimento em placas para as unidades, onde o consumo é muito grande durante o período escolar, e não se arrepende. “Foi bem caro, mas foi um dos melhores investimentos que já fizemos na escola e o período que ficamos sem aula a produção não para, ou seja, sempre temos uma sobra para ser usada”. O retorno não foi apenas financeiro. O sistema foi utilizado também na parte pedagógica, com aulas sobre o tema e a satisfação de poder falar para as crianças que a escola produz sua própria energia. “A escola tem de ser exemplo, as crianças tem que sair daqui com o pensamento de que energia renovável é algo real, que existe e é super possível”, ressalta Roberta.

A experiência na escola foi tão positiva que quando decidiu se mudar para uma casa, um orçamento de energia solar foi a primeira coisa a ser feita. “Fiz esse orçamento no projeto como o recomendado, implantar esse sistema também na minha casa trará uma economia gigante”. O retorno financeiro é certo e o preço das placas está diminuindo. É questão de tempo que todos possam produzir sua própria energia.

Caio Felipe Santos Correa

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